sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Canção d'amores

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O amor é ferida aberta,
no peito de quem sofre desse mal tão bom;
O amor...
Enfermidade que traz vida
que liberta, mas faz servos
Em seu reino de escravos voluntários;
O amor...
Dor que prosta, que sujeita e acorrenta à seus pés;
Que derruba o mais valente, faz caí-lo descontente,
O amor...
Facho de luz em densas trevas, demônio do meio-dia
Assalto à meia-noite, cruel em seus açoites;
Algoz cruel do inocente, que de um único dano é reincidente: amar...
Mesmo cobrando tão alto preço
não há quem não lhe tenha apreço;
Pois na vida é dádiva e milagre,
que do fim faz recomeço.
E qual homem diante desta morte
não desejou ser esta sua sina e sorte?
Ver sua vida como libação derramada,
em devoção e entrega aos pés de sua amada...

 

Theo Fagundes

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