ANTONIO NAHUD JÚNIOR |
Ainda o sono agoniado
e o desatino de poeta
de coitos em noites de sortilégios
de urbes medievais inconquistáveis
e aventuras rosáceas
Ainda os encantos inventados
piratas, alienígenas e vampiros à espreita
o mistério da terra e da semente
o olhar dadaísta
e sustos cíclicos de menino
Ainda o mundo sem fim
o coração aos saltos
a alma líquida e insone
a dúvida lânguida
o céu e os rios, a chuva e o sol
E sobre os versos imperfeitos
o espírito inquieto
a melodia fraterna
a fauna invisível
o tempo que não volta mais
Ainda a alquimia da vida
o abraço sentido
núpcias de línguas de fogo
o desânimo de patas e focinhos
e a compaixão em um universo molusco
E nos subúrbios
na aridez do sertão
nas montanhas lá de longe
nos recantos obscuros
no fulgor das trevas:
fadigas e fragilidades
aranhas e formigas
insultos e armadilhas
a textura do amor que cega
nos cobrindo de beijos e cravos
Ainda o amor cálido se derramando
vestido de púrpura, de prata, de delicadeza
à espera do simples e do justo
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