sexta-feira, 28 de outubro de 2011

ANTONIO NAHUD JÚNIOR

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ANTONIO NAHUD JÚNIOR

Ainda o sono agoniado

e o desatino de poeta

de coitos em noites de sortilégios

de urbes medievais inconquistáveis

e aventuras rosáceas

Ainda os encantos inventados

piratas, alienígenas e vampiros à espreita

o mistério da terra e da semente

o olhar dadaísta

e sustos cíclicos de menino

Ainda o mundo sem fim

o coração aos saltos

a alma líquida e insone

a dúvida lânguida

o céu e os rios, a chuva e o sol

E sobre os versos imperfeitos

o espírito inquieto

a melodia fraterna

a fauna invisível

o tempo que não volta mais

Ainda a alquimia da vida

o abraço sentido

núpcias de línguas de fogo

o desânimo de patas e focinhos

e a compaixão em um universo molusco

E nos subúrbios

na aridez do sertão

nas montanhas lá de longe

nos recantos obscuros

no fulgor das trevas:

fadigas e fragilidades

aranhas e formigas

insultos e armadilhas

a textura do amor que cega

nos cobrindo de beijos e cravos

Ainda o amor cálido se derramando

vestido de púrpura, de prata, de delicadeza

à espera do simples e do justo

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